Estamos Prontos Para a Próxima Revolução da Inteligência Artificial?

Por Danillo Bordino – Publicado em 10 de agosto de 2025

A inteligência artificial deixou de ser ficção científica há muito tempo. Nos últimos anos, vimos a IA assumir papéis que antes eram exclusivamente humanos: escrever textos, criar imagens, compor músicas, diagnosticar doenças e até tomar decisões complexas em frações de segundo. Mas a pergunta que fica é: estamos realmente prontos para a próxima grande revolução que essa tecnologia promete trazer?

O salto que já aconteceu – e talvez você não tenha percebido

Quando o ChatGPT foi lançado em 2022, muitos viram aquilo como uma curiosidade, uma ferramenta divertida para responder perguntas e criar textos. Poucos imaginaram que, em menos de três anos, ele evoluiria para se tornar o “cérebro” de sistemas autônomos capazes de gerenciar empresas inteiras, desenvolver códigos complexos e até criar novos modelos de negócios sem intervenção humana direta.

Hoje, assistentes de IA já estão presentes em milhões de lares, conduzindo conversas realistas, controlando dispositivos e organizando agendas. Empresas estão delegando funções inteiras para sistemas inteligentes, reduzindo custos e aumentando eficiência. Isso significa mais produtividade — mas também significa menos empregos tradicionais.

O lado sombrio do avanço

Não dá para falar de revolução tecnológica sem encarar seus riscos. O mesmo algoritmo que ajuda a detectar câncer com alta precisão pode ser usado para criar deepfakes quase impossíveis de diferenciar da realidade. O mesmo sistema que recomenda um filme na sua plataforma de streaming pode ser usado para manipular opiniões políticas em massa.

Além disso, o acúmulo de dados pessoais que a IA exige para funcionar melhor levanta questões urgentes sobre privacidade e segurança. Se você acha que o vazamento de senhas já é um problema, imagine o vazamento do seu histórico completo de interações com uma IA — incluindo conversas íntimas, decisões financeiras e informações de saúde.

O impacto no trabalho – o que vai sobrar para os humanos?

Estudos recentes indicam que entre 30% e 50% das tarefas atuais podem ser automatizadas nas próximas duas décadas. Funções administrativas, atendimento ao cliente, análise de dados e até algumas atividades criativas estão no radar das máquinas.

Mas isso não significa o fim do trabalho humano. Significa que precisaremos nos reinventar. Profissões que envolvem empatia, criatividade genuína, pensamento crítico e visão estratégica ainda terão demanda — pelo menos por enquanto.

O problema é que a transição não será suave para todos. Milhões podem ficar para trás se não houver políticas públicas, programas de requalificação e uma mudança cultural que valorize novas formas de contribuição.

A corrida pelo controle

Quem controlar a IA, controla o mundo. Essa frase, que parecia exagerada há alguns anos, hoje soa quase como uma constatação óbvia. As grandes empresas de tecnologia estão investindo bilhões para criar modelos mais rápidos, mais inteligentes e mais poderosos. Governos, por sua vez, estão tentando acompanhar, criando legislações para regular o uso e o desenvolvimento dessas ferramentas.

O problema é que a tecnologia avança mais rápido que a lei. Enquanto discutimos regulamentações, novos sistemas já estão sendo treinados e colocados em funcionamento. Isso cria um cenário onde a governança é sempre reativa, e nunca proativa.

A era dos sistemas autônomos

Estamos entrando em um momento em que as IAs não apenas executam tarefas, mas tomam decisões de forma autônoma. Carros autônomos já circulam em cidades americanas, drones militares são capazes de agir sem supervisão constante e algoritmos financeiros movimentam bilhões no mercado em milissegundos.

Essa autonomia traz benefícios óbvios, como velocidade e precisão, mas também cria dilemas éticos profundos: quem é o responsável se uma IA tomar uma decisão que cause prejuízos ou até mortes? O programador? A empresa? O próprio sistema?

O próximo passo – e o nosso papel nisso

O futuro da inteligência artificial não é apenas sobre o que ela será capaz de fazer, mas sobre como nós, como sociedade, vamos escolher usá-la. Podemos direcionar esses avanços para resolver problemas urgentes como a fome, a crise climática e a desigualdade social. Ou podemos permitir que eles sejam usados para aprofundar ainda mais divisões e concentrar poder nas mãos de poucos.

Isso significa que, mesmo que você não seja programador, engenheiro ou cientista, ainda tem um papel a desempenhar. Informar-se, participar de discussões, apoiar iniciativas éticas e cobrar transparência das empresas e governos são atitudes fundamentais.

Conclusão – a hora é agora

A próxima revolução da inteligência artificial não vai esperar que a gente esteja pronto. Ela já começou. O que está em jogo não é apenas a próxima onda de inovação, mas o modelo de sociedade que vamos construir a partir dela.

O futuro não está escrito, mas cada escolha que fazemos — desde aceitar os termos de uso de um aplicativo até votar em políticas de privacidade — ajuda a moldar o caminho. Podemos seguir como meros espectadores ou assumir o papel de protagonistas nessa história.

E aí, qual vai ser?

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